É a história de uma mulher que eu conheço.
Ela é bonita, culta, inteligente, bem humorada e solteira.
Oportunidades para ela se casar aconteceram, porém os
pretendentes não lhe despertaram o interesse. Um era bobo demais, o outro era
bobo demais, um deles era muito bobo, teve um que era extremamente bobo e assim
por diante. E apareceram também os medíocres. Ah os medíocres! Ela não os
suporta. Para ela uma pessoa pode ser tudo, menos medíocre.
Eu gosto muito de palavras e seus significados, por isso
transcrevo o significado de medíocre tal como disposto no dicionário:
Medíocre: Que
está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre. Falta de
criatividade ou originalidade, característica do que é comum, mediano. s.m.
Algo ou alguém que não tem grande valor intelectual ou capacidade para realizar
algo, sem talento e que está abaixo da média: os medíocres nunca alcançarão
sucesso.
Pois bem, a transcrição do significado é apenas para ilustrar o tipo de pessoa que ela não gosta. E vamos voltar à história:
O nome dessa mulher é Wendy. É Wendy, como a
personagem do Peter Pan.
Wendy também frequenta uma comunidade. Ela ama tudo o que
aprende na comunidade, entretanto, as pessoas que a frequentam acham que Wendy
é esquisita. Por que? Porque ela não se casou.
Eles acham que ela é uma moça indefesa e se não tiver um
marido para protegê-la fica à mercê da maldade humana.
Outros, que não frequentam a mesma comunidade que Wendy,
pensam que ela é uma mulher triste porque não tem nenhum “homem que a ame”.
Simplesmente por ser solteira Wendy já sofreu todo e
qualquer tipo de preconceito. Tem aqueles que a discriminam porque a acham um
tipo de “retardada” afinal, na “cabecinha” deles somente uma mulher casada
desenvolve as faculdades mentais. Bem, parece que ela engana muito bem porque
Wendy é uma profissional de sucesso.
Há quem pense que ela é infeliz, solitária.
Ah, mal sabem eles o quanto Wendy é feliz.
É bem verdade que houve uma época em que ela também pensava
ser infeliz. Mas, de um tempo para cá, aconteceram certos fatos em sua vida que
a fizeram ver que a felicidade não está em um casamento ou na companhia de um
homem e, frise-se: nem de uma mulher.
Sim, é necessário destacar isso porque um dos maiores
absurdos que Wendy ouviu em sua vida foi um “amigo” sugerindo que ela “passasse
para o outro lado”. Embora ela não seja preconceituosa, em um primeiro instante
ela se chocou com a conversa, mas depois percebeu que a sugestão vinha de uma
pessoa altamente preconceituosa. Sim, preconceituosa porque aceitaria que ela
tivesse uma “namorada”, mas não aceita que ela seja solteira e feliz! Pobre
pessoa.
Aliás, falando nisso, dia desses eu assistia a um filme onde
o personagem era candidato a governador de um Estado americano. Ele não era
casado, não aparecia com namorada há 10 anos e ninguém sabia nada a respeito de
sua vida amorosa. Pois bem, sua assessora recomendou que ele apresentasse
alguém, ainda que fosse outro homem pois o povo admitia qualquer coisa, menos
um solteiro feliz. É assim. As pessoas são assim. Medíocres.
Voltando à história da Wendy, nossa solteira feliz.
Hoje em dia Wendy tem uma vida social agitada. Tem muitos
amigos.
Ocorre que alguns desses amigos homens às vezes pensam que
por ela ser uma mulher sem namorado, pode estar interessada neles. Mas não,
não, isso não é verdade.
Nenhum dos amigos da Wendy lhe desperta interesse que não
seja mera companhia para beber uma cerveja e bater um papo despretensioso. É
disso que Wendy gosta. Ela não quer namorar nenhum de seus amigos, presenciais
ou virtuais. Ela gosta apenas de se divertir com gente bem humorada e criativa
como ela. Só isso.
Bem, esta é uma parte da estória da Wendy. Tem muito mais coisas e eu pretendo contar aos poucos.
Se houver alguma semelhança
entre ela e alguém que vocês conhecem, é mera coincidência.