quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Wendy não se casou... e é feliz!

Faz tempo que estou com uma ideia na cabeça.

É a história de uma mulher que eu conheço.
Ela é bonita, culta, inteligente, bem humorada e solteira.
Oportunidades para ela se casar aconteceram, porém os pretendentes não lhe despertaram o interesse. Um era bobo demais, o outro era bobo demais, um deles era muito bobo, teve um que era extremamente bobo e assim por diante. E apareceram também os medíocres. Ah os medíocres! Ela não os suporta. Para ela uma pessoa pode ser tudo, menos medíocre.
Eu gosto muito de palavras e seus significados, por isso transcrevo o significado de medíocre tal como disposto no dicionário:
Medíocre: Que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre. Falta de criatividade ou originalidade, característica do que é comum, mediano. s.m. Algo ou alguém que não tem grande valor intelectual ou capacidade para realizar algo, sem talento e que está abaixo da média: os medíocres nunca alcançarão sucesso.
Pois bem, a transcrição do significado é apenas para ilustrar o tipo de pessoa que ela não gosta. E vamos voltar à história:
O nome dessa mulher é Wendy. É Wendy, como a personagem do Peter Pan.
Wendy também frequenta uma comunidade. Ela ama tudo o que aprende na comunidade, entretanto, as pessoas que a frequentam acham que Wendy é esquisita. Por que? Porque ela não se casou.
Eles acham que ela é uma moça indefesa e se não tiver um marido para protegê-la fica à mercê da maldade humana.
Outros, que não frequentam a mesma comunidade que Wendy, pensam que ela é uma mulher triste porque não tem nenhum “homem que a ame”.
Simplesmente por ser solteira Wendy já sofreu todo e qualquer tipo de preconceito. Tem aqueles que a discriminam porque a acham um tipo de “retardada” afinal, na “cabecinha” deles somente uma mulher casada desenvolve as faculdades mentais. Bem, parece que ela engana muito bem porque Wendy é uma profissional de sucesso.
Há quem pense que ela é infeliz, solitária.
Ah, mal sabem eles o quanto Wendy é feliz.
É bem verdade que houve uma época em que ela também pensava ser infeliz. Mas, de um tempo para cá, aconteceram certos fatos em sua vida que a fizeram ver que a felicidade não está em um casamento ou na companhia de um homem e, frise-se: nem de uma mulher.
Sim, é necessário destacar isso porque um dos maiores absurdos que Wendy ouviu em sua vida foi um “amigo” sugerindo que ela “passasse para o outro lado”. Embora ela não seja preconceituosa, em um primeiro instante ela se chocou com a conversa, mas depois percebeu que a sugestão vinha de uma pessoa altamente preconceituosa. Sim, preconceituosa porque aceitaria que ela tivesse uma “namorada”, mas não aceita que ela seja solteira e feliz! Pobre pessoa.
Aliás, falando nisso, dia desses eu assistia a um filme onde o personagem era candidato a governador de um Estado americano. Ele não era casado, não aparecia com namorada há 10 anos e ninguém sabia nada a respeito de sua vida amorosa. Pois bem, sua assessora recomendou que ele apresentasse alguém, ainda que fosse outro homem pois o povo admitia qualquer coisa, menos um solteiro feliz. É assim. As pessoas são assim. Medíocres.
Voltando à história da Wendy, nossa solteira feliz.
Hoje em dia Wendy tem uma vida social agitada. Tem muitos amigos.
Ocorre que alguns desses amigos homens às vezes pensam que por ela ser uma mulher sem namorado, pode estar interessada neles. Mas não, não, isso não é verdade.
Nenhum dos amigos da Wendy lhe desperta interesse que não seja mera companhia para beber uma cerveja e bater um papo despretensioso. É disso que Wendy gosta. Ela não quer namorar nenhum de seus amigos, presenciais ou virtuais. Ela gosta apenas de se divertir com gente bem humorada e criativa como ela. Só isso.
Bem, esta é uma parte da estória da Wendy. Tem muito mais coisas e eu pretendo contar aos poucos.
Se houver alguma semelhança entre ela e alguém que vocês conhecem, é mera coincidência.

 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

JOVENS E NÃO TÃO JOVENS – UMA CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL

 O ano era 2001. Eu acabara de completar 40 anos em agosto e as aulas no curso de Pós Graduação começaram em setembro.

Demorei a decidir fazer a Pós. O que eu não esperava é que seria a única “quarentona” da turma. Bem, a única não. Havia outra, mas mesmo assim eu me senti “velha”.

A turma era composta de aproximadamente 40 alunos. Contrariando a regra usual, o número de alunos se manteve até o final, com exceção de uma ou duas desistências.

A maioria era recém-formada e a idade média da classe era 27 anos.

O que eu não esperava era ser discriminada por causa da idade. Mas fui.

Eu não posso dizer que isso não me abalou. Abalou bastante. Consegui concluir o curso a muito custo.

Na época eu estava muito bem no trabalho e não esperava sofrer o bullying que sofri. E,  apesar de não fazer tanto tempo assim, não se falava em bullying naquela época. Ele existia, mas ninguém comentava. No meu caso acontecia de uma forma velada.

Em 2004, um ano após concluir o curso, eu fui trabalhar em outra empresa. Ali sim eu soube o que era ser vítima de assédio moral, ou bullying, como preferirem.  

Foram quatro anos e quatro meses naquela empresa. Desses quatro anos, três foram extremamente sofridos. A coisa vinha de todos os lados e por todos os motivos. Era a idade, o peso (sou normal, porém, fora dos padrões que eles impunham), entre outras coisas que a malévola imaginação de meus colegas e superiores hierárquicos conseguia inventar.

Saí de lá em 2008. Carrego até hoje algumas sequelas, mas não é sobre isso que quero falar. Estou apenas contando, de forma extremamente resumida, o que me aconteceu para, agora, expor minha opinião sobre algumas coisas.

Hoje, com 51 anos, decidi fazer outro curso de Pós Graduação.

A turma, como eu já esperava, é composta de jovens advogados com idade média de 27 anos. Igual ao outro curso.

As aulas iniciaram em fevereiro deste ano e eu, preparada e armada “até os dentes”, com todas as “defesas” levantadas, iniciei as aulas naquele mês.

Pois bem, para minha grande e grata surpresa: estou amando! Não só o curso, que é excelente, mas também as pessoas, que são fantásticas!

Jovens, dinâmicas, inteligentes, educadas e gentis! Sim, tudo isso.

Um dia desses eu comentava com uma amiga que nunca esperei, na vida, me entender tão bem com pessoas mais novas.

Eu não sei se sou eu que sou imatura ou se são eles que são maduros, mas a verdade é que sinto-me extremamente a vontade junto deles.

Obviamente a intenção não é fazer amigos ali, no entanto, é necessário que o ambiente seja agradável, afinal, nos vemos todos os dias.

Quero, portanto, manifestar minha gratidão, principalmente a Deus, por ter colocado pessoas “do bem” em meu caminho. Não me prolongarei e não entrarei em detalhes, mas só Ele sabe o quanto tudo isto está sendo bom para mim.

Minha intenção aqui é apenas expor um sentimento bom, honesto e sincero.

E, aos jovens que me leem, caso ainda sustentem algum preconceito em relação aos “maduros” que estudam ou trabalham com vocês, pensem bem. Aproximem-se deles. Vocês poderão se surpreender de uma maneira positiva, assim como eu me surpreendi com os jovens com os quais agora convivo.

Abraços a todos os jovens e maduros.

segunda-feira, 11 de março de 2013

E SE FOSSE O CONTRÁRIO?

Eu já disse que meu Blog não foi criado para discussão de assuntos polêmicos. Eu garanto que estou muito disposta a levar este propósito adiante e é justamente por isso que peço desculpas a quem me lê para trazer aqui (espero que pela última vez) um assunto que foi exaustivamente discutido no decorrer da semana passada: a eleição do deputado Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Eu não queria mesmo falar sobre isso, entretanto, como publiquei algo a respeito na minha página do Facebook, um amigo me pediu para esclarecer minha opinião e, como ficaria muito extenso para aquela Rede, resolvi fazê-lo através deste meio.
Muito bem, comecemos com a definição de PRECONCEITO extraída do dicionário:
 
 
Preconceito: Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida; 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3. Superstição; crendice; prejuízo; 4. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões etc.
 
Já que dentro do conceito de preconceito menciona-se a palavra IGNORÂNCIA, trago também o conceito desta:
Ignorância: Condição de quem não é instruído; 2. Falta de saber; ausência de conhecimentos; 3. Estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa, não tem conhecimento dela.
Leiam , agora, a transcrição ipsis litteris o que publiquei no Facebook:

Só prá começar o fim de semana com um pouquinho de polêmica: Eu sou totalmente contra toda e qualquer restrição a direitos. Expondo de uma maneira extremamente singela, todos têm direitos e deveres iguais. Também fico revoltadíssima com injustiças, com violência, agressões gratuitas etc. Agora pergunto: Homofobia não pode mas "evangélicofobia" pode? Ah, entendi! Bem, tenho certeza absoluta de que não haverá comentários sobre esta publicação, mas também sei que há muita gente lendo isso. Fiquem quietos mesmo. Silenciem-se. Não há nada a dizer...”
Foi a partir da manifestação acima que veio a pergunta sobre minha opinião e aqui estou eu para expô-la da maneira mais breve possível.
Primeiro, para quem não sabe, eu não sigo a religião Católica Apostólica Romana. Tenho fé em Deus e sigo Sua Doutrina tal como pregada na Igreja em que frequento. Para quem quiser saber qual é, direi pessoalmente porque não convém fazer menção aqui para que não se confunda com propaganda religiosa. Apenas esclareço que é uma Igreja conhecida como “Evangélica”. Como todos sabem, Evangélico é todo aquele que segue o Evangelho de Jesus Cristo.
Calma, não precisa parar de ler por aqui pensando que vou defender o tal deputado Marco Feliciano, pelo contrário.

Quero é deixar bem claro que as opiniões daquele senhor estão muito, mas extremamente distantes de tudo aquilo que eu, Evangélica, aprendi. Para quem não sabe, um Evangélico que realmente leva a sério o que aprende, simplesmente cuida de sua vida e se preocupa em ser um ser humano melhor a cada dia, seguindo os bons ensinamentos que recebe e procurando amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso é, de uma forma muito resumida, o que qualquer Cristão deveria fazer.  
Podem ter certeza de que Evangélicos não discriminam nenhum ser humano, pelo contrário, consideram todos iguais perante Deus. Sabem que ninguém é melhor que ninguém e que todo e qualquer tipo de discriminação é execrável! Que todo e qualquer preconceito é abominável! Não, não gostam de pessoas preconceituosas como o recentemente eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Não, o deputado Marco Feliciano não me representa e, acredito, a nenhum outro Evangélico que leva a Doutrina Cristã a sério.

Entendam de uma forma definitiva: toda e qualquer generalização leva ao erro! Não podemos colocar todos os Evangélicos nesta panela, dizendo que todos pensam como aquele homem.
Eu não vou me estender neste tema. Só quero que entendam que o deputado Marco Feliciano não representa todos os Evangélicos. Deu para entender ou preciso desenhar?
Bem, esclarecido isso, vamos à pergunta que não quer calar: e se fosse um deputado negro e gay falando contra os Evangélicos?
Ah... pois é né. Será que haveria tanta comoção? Será que os não Evangélicos sairiam pelas ruas em protesto? Digo os não evangélicos porque, pelo que vi, muitos não gays e não negros saíram em protesto contra o tal deputado, simplesmente por se dizer ele um Evangélico.
 
E aí, seria a mesma coisa?

Será que por trás dessa movimentação toda não está implicitamente contido um grande preconceito dirigido contra os Evangélicos? Tenho certeza DE que sim. E é por causa do maldito preconceito.
Eu não digo todos mas tenho certeza de que muitos ali protestavam contra o fato de o deputado ser Evangélico e não contra o fato de ele ter dito as besteiras que disse.
Tudo por causa do preconceito que, conforme definição copiada no início desta mensagem, leva a opiniões formadas antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento. Julgamento ou opinião formada sem levar em conta fatos contestadores. Intolerância, ódio irracional, aversão etc.
É um horror este preconceito! Faz as pessoas agirem como ignorantes, cometerem atos imprudentes e prejudiciais, E o pior de tudo é que é invencível. Ninguém pode com ele, ninguém.
Maldito preconceito!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FILHOS, EU? NÃO OBRIGADA!

Quando inaugurei meu Blog prometi a mim mesma que nunca escreveria sobre temas polêmicos. Não que eu não goste, pelo contrário, amo um bom debate, entretanto, a intenção não é provocar dissidências ou discussões. Quero apenas expor minha visão sobre eventos cotidianos, minhas observações sobre o comportamento das pessoas e algumas das minhas ideias sobre vários assuntos.

Por essas e outras razões tenho evitado assuntos controversos, mas eis que eu estava aqui, “quieta no meu canto”, lendo as publicações de meus amigos no Facebook e me deparo com a declaração de uma grande amiga dizendo que não quer ter filhos. Que optou por nunca ser mãe e que, por este motivo, sofre “bullying”! Sim, isso mesmo: sofre “bullying” porque não quer ter filhos! Pasmem.

Apesar de já ter me manifestado no Facebook fiquei insatisfeita porque aquele veículo não nos dá oportunidade de expor tudo o que pensamos e, portanto, abordarei o tema aqui, em meu Blog.

Bem, para começo de conversa, eu nunca pensei que esse tema fosse polêmico. Eu escolhi não ter filhos quando tinha aproximadamente doze anos de idade. Sim, assim novinha e, podem acreditar, nunca, nunca mudei de idéia. Sempre me mantive firme em meu propósito.

Com o tempo percebi que a maioria das pessoas, principalmente mulheres, sentiam pena de mim, acreditando que não se tratava de uma opção, mas sim de um tipo de maldição. Uma desgraça que sobreveio em minha vida. Quando tinha a oportunidade de manifestar minha opinião a respeito muitas fingiam acreditar em mim, no entanto, era claro que não conseguiam fingir tão bem pois eu percebia que, no fundo, achavam que eu afirmava não querer filhos apenas para não assumir uma frustração. Como se isso fosse uma vergonha e eu quisesse esconder.

Infelizmente, ainda há quem pense assim: “não ser mãe é uma grande tristeza”, “coitadas das mulheres que não tiveram filhos”, “pobrezinhas”, e assim por diante.

Já ouvi tanta besteira a respeito. Gente medíocre e limitada que não consegue enxergar, não consegue pensar um pouco além, não sabe raciocinar, deixam-se influenciar pelas exigências antiquadas da sociedade, por um tempo em que se acreditava que a mulher fora constituída exclusivamente para procriar.

Acredito que algumas têm mesmo este desejo desde crianças. Sonham com o dia em que serão mães. Que bom para elas alcançarem seu desejo. Fico feliz e espero que saibam criar muito bem o ser que colocaram no mundo, mas não me encham a paciência!

Desde quando para ser “completa” uma mulher precisa ser mãe? Quem inventou isso? Será que dá prá parar um pouco e pensar? Sim, pensar. O mal dos medíocres é que não conseguem pensar.

Sabem, eu cansei de explicar que não tive filhos por opção. Que não tive filhos porque não gosto de crianças, mas os medíocres entendem esta frase assim: “ela não gosta de crianças porque não teve filhos”. Ora, é bem diferente! É a velha história do monge que perguntou ao seu mestre: “Mestre, posso fumar enquanto medito?” “Não”, respondeu o mestre. Quando estava no páteo meditando viu um outro monge na mesma atividade e fumando! Perguntou ao colega: “como o mestre permitiu que você fumasse enquanto medita?” o outro monge respondeu, “ora, eu perguntei se poderia meditar enquanto fumava”. É essa a questão. Tudo depende de como as coisas são colocadas, então, por favor, aqueles que pensam que não gosto de crianças porque não tive filhos, entendam: eu não tive filhos porque não gosto de crianças. Deu prá perceber a diferença?

“Ah, mas se ela não gosta de crianças, certamente é uma pessoa má”. Não, de novo, não sou má! Sou apenas prática e racional. Quero ver todas as crianças saudáveis, alimentadas e felizes, mas longe de mim. Prefiro deixar seu barulho, suas malcriações e birras para aqueles que as suportam. Definitivamente, me entendam: não sou má por não querer crianças perto de mim, apenas não gosto de ninguém gritando, chorando, fazendo desaforos, só isso e, é certo e incontestável que crianças estão sempre fazendo uma dessas coisas, exceto quando estão dormindo.

Bem, voltando ao assunto da maternidade. Instinto Maternal: não, eu não tenho. Certa vez ouvi um Psicólogo em uma entrevista na TV afirmar que o instinto maternal somente se manifesta quando a mulher toma conhecimento de que está grávida. Há ainda profissionais desta área que entendem que esse instinto só se manifesta quando a criança nasce. Ou seja, se não engravida, a mulher tem o instinto maternal adormecido para sempre. É o meu caso. O meu está dormindo e, a esta altura, acho até que já morreu.

Ah, a vontade de ter filhos desde pequena! Não, não confundam com manifestação do instinto maternal. É apenas uma vontade como qualquer outra: de casar, de ter uma casa, um homem para amar, uma profissão, uma carreira. Não é nada mais que uma aspiração.

Amor pelos animais é uma forma de extravasar o instinto maternal? Não, também não. O amor que nutrimos pelos animais pode até despertar reações idênticas às que as mães têm em relação aos filhos, mas creio eu que se trate de pura caridade. Caridade, essa sim todos os humanos deveriam ter, homem ou mulher, criança, adolescente, jovem, velho, não importa. É um dom excelente que vem de Deus e, lamentavelmente, alguns o ignoram ou apenas manifestam quando há interesse.

É difícil falar sobre este assunto principalmente porque tenho certeza que ainda haverá gente que não vai entender o que eu disse. Continuarão sentindo pena de mim porque não tenho filhos.

Sinto muito que este preconceito maldito ainda exista. Sinto muito que minha amiga, bem mais jovem que eu ainda sofra com este tipo pensamento. Com esse tipo de gente ignorante que não consegue enxergar um centímetro além e acha que só é feliz a mulher que casa, tem filhos, netos, bisnetos... Oh meu Deus! Quanta ignorância.

 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Poder da Boina


O poder do “twin set”, o poder da calça jeans, o poder da saia preta abaixo dos joelhos, o poder das botas, o poder dos scarpins de salto médio, o poder do colarzinho de pérolas, o poder do xadrez tipo argyle (aquele com losangos – procurei o nome na internet, não sou tão entendida de moda). O poder das roupas e acessórios. É sobre isso que quero falar.

Eu estive pensando muito sobre o poder das coisas que formam nossa aparência. Os acessórios que mencionei são muito poderosos. Sim, isso mesmo e, não, eu não estou delirando conforme comprovarei.

Eu tinha 33 anos. Estava usando um “twin set” cor de gelo. Para quem não sabe o que é um “twin set”, são aqueles conjuntinhos de blusa. Uma é de mangas curas e decote careca. É usada por baixo de um casaquinho aberto, daqueles bem “vovózinha” sabem? Pois bem, o “twin set” é um clássico. Eu gosto, mas confesso que tenho muito cuidado ao usá-los porque, como estava contando, eu estava com apenas 33 anos usando um “modelito” desses. Meus cabelos estavam presos em um coque. Usava uma saia da qual não me lembro. Saí do banco onde trabalhava e fui buscar minha irmã em seu trabalho. Na época minha irmã estava com 22 anos.

Pois bem. Cheguei à recepção do banco onde ela trabalhava (sim somos uma família de ex-bancários) e disse que iria esperá-la. Minhas irmãs e eu somos muito parecidas e a adorável recepcionista logo notou a semelhança e proferiu a infeliz frase: “Ah, a ‘senhora’ é a mãe da Evelise!”. Naquele momento, levei dois choques: o primeiro porque nunca, nunca em toda a minha vida alguém havia me chamado se “senhora” e o segundo, pior ainda, ela pensar que eu fosse mãe de uma garota de 22 anos!!! Qualquer um sabe fazer esta conta: para ser mãe de uma moça de 22 anos é necessário ter, no mínimo, 40. É claro que existem exceções, mas não creio que tenha passado pela cabecinha daquela jovem qualquer tipo de exceção relacionada à diferença de idade entre mães e filhas.

Lembro que minha visão ficou um pouco turva e a voz saiu gutural: “Imagine se sou mãe de uma moça daquela idade!! Você está pensando o quê? Eu não tenho idade prá ser mãe dela, sou irmã!!!”. Bem, foi mais ou menos isso que eu disse e tenho certeza de que ela nunca mais esqueceu da “mulher” que se ofendeu “só porque ela pensou que fosse mãe de uma funcionária”.

Depois daquilo, o “twin set” foi para alguma caixa de doações de roupas e nunca mais quis vê-lo em minha frente. Passado algum tempo comprei outros, mas sempre tomava o cuidado de usá-los com brincos grandes, cabelos soltos, enfim, de uma maneira rejuvenescedora.

Isso aconteceu há 17 anos. Sim, estou com cinquenta e, hoje, eu percebo que as pessoas continuam extremamente medíocres no quesito “observar os sinais da idade”. Naquela época, com 33 anos, minha pele não tinha um sinalzinho, como não tem até hoje. Bendita herança genética. Estava claro e evidente que eu não poderia ter uma filha adulta mas, a incauta recepcionista sequer olhou para meu rosto. Ela olhou para o maldito “twin set”.

Contei tudo isso porque ultimamente, devido ao frio, tenho usado boinas. Adoro acessórios de cabeça como chapéus, gorros, boinas. Pois bem, foi assim que percebi o “poder da boina”. Ela rejuvenesce. Quando saio de boina atraio olhares masculinos das mais diversas idades e sou tratada por “você” e não “senhora” onde quer que eu vá.

Hoje já estou acostumada com o tratamento de “senhora”. Entendi que, muitas vezes, é apenas educação e respeito, mas houve um tempo em que isso me incomodava muito. E, dependendo de quem é meu interlocutor, ainda incomoda. Não aceito ser chamada de “senhora” por uma pessoa de minha idade. Mais novos podem. Mais velhos também, porque foram educados desta maneira, mas outra cinquentona me chamando de “senhora” certamente terá uma resposta à altura.

Exemplificando o que chamo de resposta à altura devo contar que certa vez eu estava na fila do caixa do banco e uma moça com idade aproximada da minha me pediu uma informação, tratando-me como senhora. Respondi na hora: “Bem, senhora (usando um tom de voz meio fanhoso ao pronunciar ‘senhora’) eu não sei lhe responder, mas a senhora (repetindo a palavra com o tom fanhoso de novo) pode se informar ali na frente”. Falei tudo isso com um sorriso elegante nos lábios. A moça foi inteligente e me respondeu sem ironia: “obrigada, moça!”. Quase nos tornamos as melhores amigas.

Infelizmente, a maioria das pessoas é desprovida de bom-senso e só vê o que quer ver. Lamentavelmente também são desprovidas de inteligência para perceber quem é idoso e quem não é mas, enfim, não é possível ensinar bom-senso. O que se pode fazer é eliminar do guarda roupas os “twin sets”, os colarzinhos de pérola, os scarpins de salto médio e as saias pretas abaixo do joelho.

Aí está a explicação para o título desta crônica: “O poder da boina”.

E vivam as boinas!



  


segunda-feira, 25 de junho de 2012

CUMPRI MINHA PENA

Pois é, cumpri minha pena de suspensão do direito de dirigir por 30 (trinta) dias. Sim, eu mesma, por que o espanto? Ah... minha cara de “certinha”?! OK, OK... eu não sou nenhuma criminosa mas, de vez em quando e, como todo o resto da humanidade, cometo algumas infrações.

Foram pequenas e não prejudicaram ninguém. Ultrapassei o limite de velocidade em 20% na pista local da Marginal e rodei com o carro em dias e horários não permitidos. É certo que foram várias vezes em apenas um ano e o número de pontos acumulados ficou pari passu com o do Thor, mas garanto que não coloquei a vida de ninguém em risco.

Bem, de todo modo, cumpri minha pena. E, ainda, me entreguei. Sim, fui por livre e espontânea vontade ao Detran entregar minha Carteira de Habilitação. Isso aconteceu há pouco mais de trinta dias e na última sexta-feira peguei a CNH de volta com os pontos “zerados”... uhulll... let’s drive again!

Calma, muita calma na hora do “drive again” porque não posso me transformar novamente no Sr. Nervosus. Para quem não sabe, o Sr. Nervosus é um personagem “representado” pelo Pateta (aquele, da Disney) em um desenho animado onde ele, ao sentar atrás do volante, se transforma em um tipo de monstro. Parece que os CFC’s passam este desenho para os aspirantes a motorista. Eu assisti quando criança. Lembro-me que o Sr. Nervosus dirigia como um louco, ultrapassando, xingando, cometendo todo o tipo de infração por pura falta de paciência. Em cima de sua cabeça estava sempre aquele furacãozinho que aparece em desenhos animados para mostrar que o personagem está furioso.

Para falar a verdade, nos últimos tempos este mesmo “furacãozinho” aparecia em cima de minha cabeça quando me sentava no banco do motorista de um carro. De agora em diante procurarei me controlar porque não gostei nem um pouco de ter um direito suspenso.

Apesar de tudo, fazer o curso de reciclagem foi útil. É bom relembrar certas regras que, com o decorrer do tempo, caem no esquecimento. E dirigir em São Paulo não é coisa tão fácil. Em um só dia é possível que o motorista se depare com a possibilidade de não cumprir muitas regras.  

Eu ainda não me considero totalmente recuperada do “surto Sr. Nervosus”. Sinto que preciso me controlar para não me transformar novamente no encantador personagem quando dirijo pelo meu bairro de segunda a sexta-feira em horários não considerados “horários de pico”. Eu não imaginava que o “trânsito” de terça-feira às 15h ou de quarta às 11h em um bairro residencial fosse tão “complicado”. Meu Deus, como é difícil. Não queridos, não estou falando de congestionamentos. Sobre esses eu nem falo mais porque em horários de pico e em dias de chuva eu só me movimento de Metrô e Ônibus. Sim, porque se eu me envolver novamente em um congestionamento daqueles que estava acostumada a enfrentar quando trabalhava em Santo Amaro ou em Interlagos (moro na Zona Norte), acho que seria presa ou internada. Meus nervos já estavam à flor da pele quando resolvi utilizar somente o transporte público para trabalhar. Congestionamentos nunca mais.

Voltando ao terrível “trânsito” dos bairros em horários improváveis, tenho de confessar: já estou prestes a me transformar na “Sra. Nervosus do Jardim São Paulo”... É inacreditável como tenho me deparado com motoristas fazendo as mais diversas barbeiragens pelas ruas do bairro. Eu detesto ter de admitir mas observei que metade das besteiras são praticadas por mulheres com idade entre 30 e 60 anos que, provavelmente, não trabalham e dirigem apenas pelo bairro a fim de levar crianças à escola, ir à academia ou ao supermercado. A outra metade é cometida por senhores idosos. Homens com 65 anos ou mais que também dirigem somente pelo bairro com a mesma finalidade.

É certo que são pessoas não habituadas a enfrentar os congestionamentos monstruosos do horário de pico e, por isso mesmo, são tão “pacientes” na direção. Nada que é em excesso é bom por isso faz-se necessário que a paciência no trânsito também tenha seus limites afinal, andar em velocidade demasiadamente reduzida, parar no meio da rua para desembarcar um passageiro, demorar para dar a partida quando o farol abre também são atitudes que provocam acidentes.

O pior é que os motoristas com o perfil acima não percebem isso. Eles acham que são “cuidadosos”.

Eu digo que não são nem um pouco cuidadosos. São, na verdade, egoístas e medrosos. Sim, medrosos! Posso estar sendo radical mas acho que quando se tem medo de fazer uma coisa, é melhor não fazer. Principalmente se esta coisa envolve e atrapalha outras pessoas. Os táxis estão por aí e, para quem não pode pagar uma corrida, aí estão os ônibus. Mas não, alguns insistem em sair dirigindo seus automóveis quando não sabem fazê-lo.

Apenas como exemplo do que quero dizer, confesso que “morro” de medo de água. Sei nadar. Frequentei aulas de natação, contudo não perdi o medo. Sabem o que eu faço? Mantenho meus pezinhos em terra firme! É o medo que me impede de me atirar na água porque sei que vou esquecer todas as regras aprendidas nas aulas e vou dar o maior espetáculo! E é pensando em meus parentes e amigos que não me atrevo a sair por aí me jogando em piscinas, oceanos, lagos ou rios! Já pensou se eu resolvo “enfrentar o meu medo” e me jogo em uma piscina com 3m de profundidade? Eu não vou fazer isso e acho que quem tem medo de dirigir também não deve dirigir. Pelo menos enquanto tiver medo. Pronto, falei!

Eu também acho que o trânsito de SP seria melhor se alguns motoristas não fossem tão lerdos. É certo que os congestionamentos são causados, na maioria das vezes, pelo excesso de veículos, mas será que os lerdos não colaboram um pouquinho?

Bem, é melhor não me estender muito neste assunto.

O que eu gostaria mesmo, agora, é de ser parada em uma “blitz” só para mostrar minha Carteira de Habilitação “zerada”. Agora que eu queria, não acontece, droga!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PROCESSO SELETIVO



Hoje, dia 13.06.2012, eu fiz um desabafo em minha página do Facebook. A partir daquele comentário fiquei inspirada a escrever sobre o assunto em meu Blog que, coitado, está abandonado desde janeiro deste ano.

Pois muito bem: vamos agitar novamente este Blog e o assunto é “Processo Seletivo”.

Eu participei de muitos!

Recentemente participei de um onde a primeira entrevista foi com a recrutadora do RH. Uma psicóloga. Quero deixar bem claro que não tenho absolutamente nada contra estes profissionais. Pelo contrário, eu os admiro e reconheço que são extremamente importantes, principalmente para tratar da saúde mental de pessoas como eu. Amo meus queridos psicoterapeutas (calma gente, foram só dois por isso o plural). Entendam que as críticas que seguem não são dirigidas aos Psicólogos mas sim à forma como são conduzidos os processos seletivos das empresas.

Voltando ao processo do qual participei. A primeira entrevista foi com a Psicóloga que logo me deixou informada de que o processo teria 4 fases: 1) Entrevista com RH; 2) Teste de Inglês; 3) Entrevista com o Gerente da Área e 4) Entrevista com o Diretor da Área. Todas ELIMINATÓRIAS.

Bem, eu entendo como eliminatória uma fase que impede de o candidato seguir adiante no processo, ou seja, se na primeira entrevista o candidato é considerado inapto, ele não será encaminhado para as demais fases, certo?

Pois bem, depois de quatro semanas da primeira entrevista recebo um email da Psicóloga dizendo que não tinha sido possível minha continuidade no processo. Bem, se as fases são eliminatórias, obviamente ELA, a Psicóloga, não me aprovou.

Agora eu me pergunto: como uma Psicóloga pode eliminar uma candidata do processo sem que tenha sido avaliada pelo profissional técnico? Como um profissional de outra área decide que um Engenheiro, um Economista, um Contador ou um Médico não é o profissional certo para exercer as funções do cargo? Sim, eles decidem. Com base em quê? Um teste de personalidade e de comportamento?

Sabem, eu já entrevistei muita gente. O último processo do qual participei como gestora da área foi assim: O RH providenciou o anúncio com base em minha demanda. Com base nesta mesma demanda, fez uma triagem prévia dos currículos recebidos eliminando aqueles que não preenchiam os requisitos (simples requisitos como formação e experiência anterior – coisa que qualquer um pode fazer). Pois bem, feita a triagem, os currículos foram encaminhados para mim. Fiz uma segunda triagem e escolhi aqueles que considerei interessantes. Deleguei para duas Sêniores da área a tarefa de fazer uma primeira entrevista. Selecionados os candidatos pelas profissionais técnicas que iriam coordenar o trabalho do escolhido, entrei em cena e também os entrevistei. Democraticamente formamos um pequeno comitê e decidimos quais dos entrevistados preenchiam as qualificações e competências exigidas pelo cargo e, aí sim, encaminhei-os novamente ao RH que aplicou os testes de personalidade e de comportamento. Com os pareceres do RH em minhas mãos tomei a decisão. Simples assim.

Como se pode ver, a decisão final foi minha, ou seja, do gestor da Área requisitante. Sim, levei em conta os resultados dos testes de personalidade mas não decidi a partir deles. Os candidatos tiveram a oportunidade de passar por uma avaliação completa.

Sabem o que eu penso realmente? Do fundo do meu coração? Eu penso que o que vale em alguns processos é a empatia do recrutador do RH com o candidato ou, melhor dizendo: “fui com a sua cara” ou “não fui com a sua cara, querida”!

Obviamente isso não aconteceria se o primeiro recrutador fosse o gestor técnico requisitante da vaga. Este sim tem competência técnica para avaliar o candidato e, certamente, sua escolha será embasada no conhecimento e na experiência do candidato.

Por isso, em minha modesta opinião, acho que os processos seletivos começam pelo lado errado. Deveriam começar com a entrevista do gestor técnico. Aliás, assim aconteceu comigo em todas as empresas onde trabalhei e, garanto, meus gestores nunca se arrependeram de terem me escolhido. Talvez, se tivessem concordado com um processo seletivo onde as fases são eliminatórias e a primeira entrevista é feita pelo recrutador do RH, meus ex-chefes nem tivessem me conhecido.

Bem, não obstante tudo isso, ainda tenho mais a dizer.

O que faz um recrutador de RH quando, em um “processo seletivo não eliminatório” seu parecer não é considerado pelo gestor requisitante? Persegue o empregado até que seja demitido e ele comprove que estava certo? Não né gente!! Ninguém seria capaz disso!! Ou seria?!

Mais uma coisa: talvez alguém considere imprudência de minha parte publicar isto. Afinal, alguns recrutadores ou, quiçá, a mesma que mencionei no início, podem ler e... digamos... me “queimar” no mercado, afinal, as redes sociais são objeto de especulação deste tipo de profissional e o que você escreve pode ser usado contra você mesmo. Quanto a isso, nada posso fazer senão pensar que tais recrutadores são profissionais desprezíveis.

Eu gostaria de deixar claro, mais uma vez, que nada tenho contra os recrutadores de RH mas em minha opinião as empresas lhes delegam poderes excessivos afinal, em “processos seletivos eliminatórios” a decisão de manter um profissional reconhecido e competente fora do processo é unicamente deles.

Ah.. e para finalizar, quero lembrar que certa vez ouvi em uma palestra de profissionais de RH a seguinte frase: “Os RH’s se conversam”. Tomo a liberdade de traduzir isso para: “Cuidado com o que você faz pois pode se ‘queimar’ no mercado”. E, ainda ouvi hoje “Cuidado com o que você escreve nas redes sociais pois os recrutadores estão de olho”. Oh Céus! E ainda temos de viver sob essas evidentes ameaças!!!

Boa sorte para quem está buscando recolocação.